quarta-feira, 27 de abril de 2016


Prefiro um bom gin do que um bom beijo. Prefiro ver tudo a andar à roda por culpa de uma grade de cerveja do que por causa de um olhar intenso. Prefiro sentir as pernas a tremer depois de emborcar cinco shots de tequila do que depois de um orgasmo.

Em suma, é preferível estar bêbedo do que apaixonado. Até porque o álcool intoxica o corpo umas horas. A paixão não se mata assim, com um Guronsan e uma coca-cola com uma rodela de limão.
A paixão embebeda a alma, e transforma-a numa alcoólica. Dá-lhe de beber todos os dias, desconfio que por viver numa festa constante. 
Se a festa acabar, fica a dolorosa ressaca. 
Em última análise, a culpa disto tudo é de Deus.
Sim, de Deus. Durante a noite, muito se evoca o Seu nome. Mas ele não vem, dizer de Sua justiça.
No dia a seguir, há a vontade comum de comprar uma lata de spray e pintar numa igreja “Deus, onde é que tu estavas quando dormi com ele?”
Não às paixões ébrias! Sim ao álcool pelo álcool!


Foto de: Liliana Cardoso

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